Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto de 1969  [http://lucnog1.blogspot.com]

 

SÉRGIO ALBUQUERQUE

( Pernambuco – Brasil )

(1946-2008)

Sérgio Moacir de Albuquerque - poeta, artista plástico, antropólogo e funcionário público.

Murais da Morte surge [em 1968] de acordo com a linha da Geração 65 , no que concerne ao domínio formal e o cultivo de uma certa aspereza cabralina, quer de temática, quer de despojamento retórico, na busca do avesso do lugar comum e da mesmice que caracterizava o poeta diplomata do Recife.  (...)

Quando este livro foi publicado, Sérgio Moacir de Albuquerque tinha 22 anos e atuava na cidade do Recife como belo e precoce Rimbaud nordestino.                                                     LUCILA NOGUEIRA

 

CANTOS DA DEFINITIVA PRIMAVERA

(III)

Às vezes pegava minha flauta
como Anphion sobre o deserto

e acompanhava o canto matinal das aves
improvisando

entre as descargas dos automóveis

então um manto de areia
me envolvia

asas compunham um ritmo
quase africano de atabaques

e descobria riachos
nascendo por trás dos muros
ou no teto

onde não brincavam moscas
e me afastava
em cada som emitido

sonorizado
aterrorizado
ante uma possível guerra
fugindo de uma morte mitológica

atento às mínimas palavras
de qualquer desconhecido
tentando decodificar
e analisar

mensagens esparsas
de conversas cotidianas

consultando nuvens
em busca de possíveis cogumelos
passando os dedos
em tuas coxas firmes

afastando a angústia
em teu sexo caliente
analisando teus sonhos

e gestos mais obscuros
profetizando futuras desgraças
devidas à besteira dos homens

que só pensam em dinheiro
mesmo que custe a vida
de todo o planeta

dos assassinos
da produção em massa
e do lucro

dos destrutores
do equilíbrio das florestas
e dos peixes
dos homens – cifrões

desprovidos de qualquer sensibilidade
diante de coisa puramente humanas
sequiosos de poderio
de moedas que não sabem usar.

Então me tentavas acalmar
afirmavas teu amor
e a decadência inevitável do Sistema
provocada por suas próprias contradições

o renascimento do Homem sábio
e a inviabilidade de uma guerra nuclear
o alcance de uma consciência
cada vez mais ampla

sabotando todo o sistema destrutivo
gradativamente
e me recontavas
estórias de ursos frustrados

porque queriam tornar-se estrelas de cinema
em Hollywood.                      

                                     (De Cantos de Definitiva Primavera, 1998)

 

*

VEJA e LEIA outros poetas de PERNAMBUCO em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/pernambuco.html

 

Página publicada em maio de 2022

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar